Convenção das Bruxas - crítica


Crianças e personagens sombrios. Mais uma obra do escritor Roald Dahl é adaptada para o cinema e rende, pela qualidade da concepção, uma interessante aventura. Abaixo de “Matilda” (1996), de “A fantástica fábrica de chocolate” (1971), e da versão de 1990 de “Convenção das Bruxas”, de Nicolas Roeg, essa nova adaptação de um livro de Dahl, dirigida por Robert Zemeckis, remete a outro trabalho dele, investindo no bizarro e no humor negro, o bom “A morte lhe cai bem”. 

Em “Convenção das bruxas” 2020, um menino órfão (Jahzir Bruno) vai morar no final de 1967, com a avó (Octavia Spencer) numa cidade rural do Alabama. Ao perceber que bruxas rondam o lugar, os dois vão passar um tempo num resort à beira-mar. Mas o local é escolhido pelas bruxas para realizar a sua convenção e elaborar um plano diabólico. 

O filme investe na ideia de enfrentar o mundo como as coisas se apresentam e encarar mudanças. O roteiro de Robert Zemeckis, Kenya Barris e do vencedor do Oscar Guillermo del Toro adota uma estrutura didática e enxuta, mas contando com atores que dominam o ofício, a dramaturgia fica muito mais valorizada. Octavia é a vovó amorosa e sábia, Stanley Tucci faz o gerente do resort e Anne Hathaway dá um baile como a Grande Rainha Bruxa. A atriz não tem medo da caricatura e do histrionismo. Hathaway investe sem nenhuma vergonha na galhofa da bruxa má. É nítido como está se divertindo com isso. É um terreno perigoso e nem todo mundo embarca, mas de qualquer forma é admirável a coragem. 



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