Espírito de Família - Crítica
Da falta do pai que faleceu, nasceu a ideia do diretor e roteirista Éric Besnard para o filme Espírito de Família que entra em cartaz nesta quinta-feira nas plataformas digitais.
Na trama, um escritor enfrenta a morte repentina do pai, mas após o enterro, o espírito do falecido aparece e estabelece um diálogo com o filho. O susto inicial vai virando uma companhia, mas muitas vezes situações inusitadas entre os dois criam momentos divertidos já que as outras pessoas não conseguem ver o pai do escritor. Essa presença cria possibilidades de conflito e outras de mediação entre os membros da família, mesmo para aqueles que não podem ver ou conversar com o espírito.
O próprio diretor afirma ter vivido uma experiência de sentir a presença do pai enquanto trabalhava. No caso, o pai dele, o também cineasta Jacques Besnard, das comédias de Jean Lefebvre e Louis de Funès. Essa inspiração serviu de recurso dramatúrgico para construir os encontros no filme. O humor tenta atingir o charme da era gloriosa do cinema francês. O resultado é modesto.
Não se trata de um filme de “fantasmas”, o personagem aparenta ser de carne e osso, e o longa investe no olhar do filho Alexandre (Guillaume de Tonquédec). O desempenho sensível ajuda a tornar a situação familiar mais autêntica. A química dele com François Berléand, no papel do pai, Jacques, contribui para criar o maior interesse nos conflitos da história. Os outros membros da família não são bem desenvolvidos, o que prejudica muito a construção dos atos. Essa falta de coesão provoca certa dispersão na audiência.
A fotografia de Jean-Marie Dreujou é um dos destaques da produção ao explorar a luminosidade de encantadoras paisagens da Bretanha.
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