CÓPIAS - O título diz tudo
Keanu Reeves tentando encontrar um rumo
Uma pena Keanu Reeves embarcar em algo tão errado como “Cópias – De Volta à Vida”. O ator que se
especializou no cinema de ação e com muito êxito no casamento com a ficção
científica que o eternizou como o Neo da trilogia Matrix, desperdiça carisma num
longa de roteiro e direção perdidos em soluções óbvias.
No filme, Keanu é Will Foster, um homem que perde esposa e três filhos num
acidente de carro. Como um neurocientista, que comanda uma pesquisa que envolve
a transferência da consciência humana para um hospedeiro robótico, ele nem tem
tempo para chorar a perda da família. Juntamente com um colega, Ed (Thomas
Middleditch), Will quer copiar a memória e recriar a mulher e os filhos.
Pela sinopse, poderíamos ter um filme de sci-fi-terror
emulando "Frankenstein" e outros clássicos, mas o diretor de Jeffrey Nachmanoff (roteirista
de “O Dia Depois de Amanhã” e produtor de “O Turista”), não tem estava equipado de
inventividade suficiente para explorar os recursos estéticos e os dilemas
éticos que um tema como esse pode levantar. O androide é uma cópia cafona de “Eu Robô” e o
conceito da sala de pesquisa replica “Minority Report” e suas planilhas
virtuais. É tanta repetição de fórmulas que a audiência pode adivinhar
cada momento. É risível quando ele decide dar prosseguimento a suas
experiências de recriação humana no porão de casa.
Há um problema ainda mais grave em “Cópias”. Não há como
brincar com a morte de uma família e não há como levar a sério a forma como o
cientista pensa em substituí-la como se essa fosse uma solução prática. O filme
apresenta como algo positivo, a ideia de ter a família copiada como se pudéssemos
comprar pessoas numa prateleira.
Keanu Reeves, que está na produção executiva do filme, pode esquecer
que participou desse projeto., mas a pergunta é por quê participou? De fato, é esquecível. Ainda bem que o bom e
velho Neo, vem aí no terceiro filme da aclamada série John Wick para recuperar
a inspiração.
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