Mais Forte Que o Mundo - A História de José Aldo
A história que você carrega define quem você é. Em “Mais Forte Que o Mundo – A História de José Aldo”, de Afonso Poyart, um jovem amazonense vive o desencanto de não conhecer seu lugar no mundo. É numa brincadeira sem propósito, com dois amigos, que ele começa a tomar consciência de que há um outro caminho.
O pai alcoólatra (Jackson Antunes) e um rival (Rômulo Arantes Neto) são seus primeiros desafios. Aldo é assombrado por eles. Na trama, Seu José, o pai, bate constantemente na mãe, Rocilene (Cláudia Ohana). Um acontecimento familiar empurra José Aldo para o seu destino. Tentando o futuro como lutador, ele vem para Rio de Janeiro.
Como faxineiro de uma academia, ganha apenas para o alojamento. Ao se apaixonar por Vivi (Cleo Pires), uma jovem que treina no local, ele quer crescer nas lutas. Aldo é observado pelo treinador Dedé Pederneiras (Milhem Cortaz), que lhe dá uma chance no mundo do MMA. Conto de fadas. Clássico, mas contado com um elemento fundamental no cinema: a emoção.
Filmes sobre esportes costumam mostrar as motivações de seus heróis. “Mais Forte que o Mundo” exibe uma força maior interna, forjada na vida miserável, assombrada pelo pai fracassado. É a partir da derrota na estrutura familiar que ele encontra o caminho para vencer. O fundamental no roteiro de Poyart, é que o amor ainda é mais forte que a dor e é por ele que se deve lutar.
Afonso Poyart começa com cenas de luta em super slow, como um filme publicitário, mas o recurso é usado para divisão dos dois mundos de José: em Manaus sonho e pesadelo, no Rio e pelo mundo afora, realidade e ação. Nas lutas pelo cinturão temos sem economia, sangue, suor e lágrimas. A história real é reforçada pelo bom humor e referências deliciosas que partem de personagens como o idoso da Academia sempre com as melhores tiradas.
José Loreto encarna Aldo com autenticidade. Puro sangue. Ele está muito bem acompanhado por Cleo Pires, Claudia Ohana, Milhem Cortaz, Paloma Bernardi, e principalmente Jackson Antunes, num papel difícil, mas equilibrado entre a brutalidade e distanciamento do amor.
Temas musicais como “L’Uomo Dell’Armonica”, de Ennio Morricone, “Baby”, de Caetano Veloso, e “Everybody Wants To Rule The World”, do Tears for Fears, na versão da cantora Lorde, embalam a trajetória universal de um herói do nosso tempo, um campeão do Brasil profundo exportado para o mundo.
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